A análise aos diferentes indicadores revela "uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade elevada, com tendência crescente a nível nacional", destaca o relatório de Monitorização das Linhas Vermelhas, divulgado esta sexta-feira pela Direção-geral da Saúde (DGS) e Instituto Nacional Ricardo Jorge (INSA). Também a previsão sobre a pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são "elevados e com tendência crescente".
A Delta foi, até à semana passada, "a variante dominante em Portugal (>99% de frequência relativa)", mas, e tendo em conta "a monitorização em tempo real de casos prováveis da variante Ómicron", o relatório aponta para "um aumento acentuado da circulação desta variante nos últimos dias" a uma "proporção de 21%", e prevê que esta variante se torne dominante "durante a próxima semana".
"O rápido aumento da circulação da variante de preocupação Ómicron e o aproximar da época festiva suporta a necessidade de reforçar a vigilância epidemiológica, virológica e a vacinação de reforço, podendo vir a ser necessário ponderar o reforço das medidas de proteção se se observar um agravamento da situação epidemiológica nos próximos dias e nas próximas semanas", pode ler-se.
Mas há outros dados preocupantes. O número de internamentos em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente apresentou "uma tendência crescente", correspondendo agora a "62% (...) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas", uma subida de 6% em relação à semana passada.
O índice de transmissibilidade (Rt) apresenta, neste momento, um "valor igual ou superior a 1, (...) com tendência crescente da incidência de infeções (...) em todas as regiões". A manter-se este cenário "estima-se que o limiar de 960 casos em 14 dias por 100 mil habitantes possa ser ultrapassado entre 31 e 60 dias".
Também a mortalidade devido à covid-19 "apresenta uma tendência crescente", tendo aumentando para 23,6 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes.
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