O líder do Chega, André Ventura, saiu em defesa dos agentes e está contra a decisão do Ministério da Administração Interna de abrir um inquérito.
Ventura afirma que atitude do Governo é "persecutória sobre as forças policiais" e de quem quer "espezinhar toda uma classe com base em participações em grupos privados".
"Temos informações de que já estão a ser questionados polícias nas suas respetivas esquadras sobre comportamentos e aproximações ao Chega e à sua militância. E isto é gravíssimo", diz o dirigente.
André Ventura esclarece que não vai colaborar com o Governo e "dizer se os polícias são ou não próximos do Chega, se as suas famílias são ou não próximas do Chega e se eles são ou não militantes do Chega".
No entanto, já disse que vai expor o caso à Comissão Europeia para "denunciar um clima de intimidação e de humilhação à polícia".
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, determinou à Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) "a abertura de inquérito, imediato, para apuramento da veracidade dos indícios contidos nas notícias de hoje [quinta-feira] sobre a alegada publicação, por agentes das forças de segurança, de mensagens nas redes sociais com conteúdo discriminatório, incitadoras de ódio e violência contra determinadas pessoas".
Um consórcio de jornalistas de investigação (Público, Expresso, SIC e Visão) divulgou que mais de 3.000 publicações de militares da GNR e agentes da PSP nos últimos anos.
No total são 591 operacionais da GNR e da PSP que praticam crimes de ódio nas redes sociais. Estes representantes das forças de segurança integram uma base de dados a que o Consórcio de Jornalistas de Investigação portugueses teve acesso. Nas mais de 3.000 publicações desta base de dados, os polícias identificados violam a lei e os regulamentos internos das respetivas forças de segurança.
Veja aqui a Grande Reportagem “Quando o ódio veste farda” na íntegra.