O bastonário da Ordem dos Médicos lembra Manuel Pizarro que muitos dos clínicos são contratados com horário reduzido. Foi a resposta de Miguel Guimarães à afirmação do ministro da Saúde que garantiu, num entrevista exclusiva à SIC, que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é atrativo.
O SNS ganhou, nos últimos sete anos, mais 4500 médicos especialistas. Manuel Pizarro garante que o serviço de saúde consegue segurar mais de dois terços dos clínicos que forma. Mas o bastonário da Ordem dos Médicos lembra que o número de médicos não é suficiente para medir a força de trabalho.
Miguel Guimarães diz que “é preciso dizer” se os médicos “correspondem a uma força de trabalho maior”. Garante que “neste momento, cada vez há mais horários reduzidos” entre os médicos e que “a força de trabalho não se mede pelo número, mas pelo número de horas que cada pessoa tem no seu local de trabalho”.
Este ano registou-se um pico de saídas no SNS. Cerca de 800 médicos foram para a reforma, o que corresponde ao número mais alto dos últimos 10 anos.
Já os enfermeiros, que representam a maior classe profissional do SNS, são uma mão de obra apetecível no estrangeiro: desde 2011 emigraram mais de 15 mil. Entre os que ficam, crescem os pedidos de escusa de responsabilidade – este ano houve seis vezes mais pedidos de escusa de responsabilidade que em 2021.
Segundo a OCDE, Portugal tem menos enfermeiros do que outros dos países da União Europeia, ficando atrás da Roménia, Lituânia ou Malta.