O Ministério Público pediu esta sexta-feira prisão preventiva para o ex-autarca de Espinho, Miguel Reis, e um dos empresários envolvidos na operação Vórtex, Francisco Pessegueiro. As medidas de coação decididas pelo juiz só serão conhecidas este sábado.
A operação investigou suspeitas de corrupção ativa e passiva, prevaricação, abuso de poderes e tráfico de influências.
Cinco pessoas foram detidas na terça-feira, entre os quais o ainda presidente da Câmara de Espinho na altura. Miguel Reis anunciou na quinta-feira ter renunciado ao cargo. Foram também detidos os empresários Miguel Pessegueiro e Paulo Malafaia, o chefe da divisão do Urbanismo da autarquia de Espinho, José Costa, e outro empresário do setor imobiliário.
As detenções aconteceram na sequência de diligências que duraram vários meses e incluíram escutas telefónicas e operações de vigilância. Uma fonte da investigação revelou à SIC que a matéria recolhida não oferece dúvidas quanto à prática de crimes económico-financeiros.

O socialista Miguel Reis é suspeito de ter recebido pelo menos 25 mil euros para facilitar o licenciamento de vários empreendimentos. Dois empresários ligados ao grupo Pessegueiro teriam atendimento personalizado na autarquia, o que lhes permitia obter aprovações de licenças de construção em tempo recorde.
Sob suspeita estará também o mandato de Joaquim Pinto Moreira, ex-autarca de Espinho entre 2009 e 2021, que não foi detido nem interrogado, uma vez que goza de imunidade parlamentar.