O suspeito de ter raptado Luana, a jovem que esteve desaparecida durante oito meses, ficou com termo de identidade e residência, segundo decretou esta quinta-feira o Tribunal de Leiria. O homem está também proibido de contactar a vítima por qualquer meio e de se deslocar ao concelho de Leiria.
Detido na terça-feira, o homem foi presente esta quinta-feira a tribunal. O operário fabril é acusado de um crime de rapto.
A menor esteve desaparecida durante oito meses. Luana é de Leiria, mas foi encontrada em Évora, onde mantinha uma relação amorosa com o suposto raptor, de 48 anos. A jovem garante que a relação não era física.
“Luana está bem, mas muito abatida”
A jovem de 17 anos terá conhecido o homem através de uma plataforma de videojogos. Durante dois ou três anos, os dois terão mantido conversas, desenvolvendo um relacionamento platónico. Em maio de 2020, o suspeito terá ido a Leiria buscar a jovem, tendo-a mantido em casa da sua mãe, em Évora.
A Polícia Judiciária teve alguma dificuldade a realizar esta investigação e a chegar ao paradeiro da jovem. O Ministério Público demorou cinco meses a ter acesso à localização do telemóvel de Luana.
A jovem já terá sido entregue à família. A mãe, Paula Pereira, diz que a menina está bem, mas cansada. Numa entrevista exclusiva à SIC, confirma que existiu troca de mensagens entre a filha e o suspeito e explica que a jovem terá agora de ser submetida a exames médicos.
A mãe de Luana garante que não conhece o suspeito. “Nunca o vi mais gordo ou mais magro" e se entre eles houve contacto antes do desaparecimento terá sido "através das redes sociais, neste caso da consola”.
Como conseguiu o suspeito levar a jovem de Leiria até Évora - cerca de 240 quilómetros de distância -, Paula Pereira também não sabe, mas admite que tenha sido de carro.
Daquela manhã, de 30 de maio, o que se recorda é que “a Luana passou no meu local de trabalho, foi lá buscar um pão, deu-me um beijinho e saiu em direção à escola”.
"Quando chego a casa é que reparo que o almoço estava no frigorifico. Aí ligo para a escola e informam-me que ela não deu entrada”, foi então que fez queixa às autoridades. Mas pela frente, ainda não sabia, teria longos meses de angústia.
Mãe do detido avisou o filho
A mãe do detido conta que Luana não queria sair de casa para não ser vista e que não queria contactar a família. Disse ainda que só soube que a jovem era procurada pelos pais através do programa da SIC, Linha Aberta.
Ao contrário do que tem vindo a ser divulgado, o quarto onde supostamente Luana viveu os últimos oito meses tem uma janela. Existe ainda no espaço uma porta de acesso ao sótão, onde a jovem se escondia quando a filha do homem vinha visitá-lo.

A mãe do detido conta que a jovem passava os dias a jogar no quarto do homem, onde existe uma grande televisão, e que só saia para comer e ir à casa de banho. Recusa que o filho dormisse com a jovem.