Após várias semanas em silêncio, tem sido mais difícil para Patrick Drahi fugir ao tema. O presidente e fundador da Altice Internacional tem aproveitado as conferências com investidores para se distanciar de Armando Pereira e garantir que não teve qualquer participação nos alegados crimes investigados na Operação Picoas.
Esta terça-feira confirmou que as autoridades portuguesas já identificaram mais de 100 empresas suspeitas de envolvimento no alegado esquema de corrupção. São empresas fornecedoras da Altice com ligações a Armando Pereira, a maioria portuguesas, e que ao longo dos anos prestaram serviços à empresa.
“Enviámos a lista de 100 empresas, a maioria das quais desconhecíamos, para o nosso departamento de verificação, para saber se mantínhamos negócio com elas. Destas 100 empresas, só cerca de dez estavam a fazer negócios connosco. Após o aconselhamento dos nossos advogados, suspendemos imediatamente os pagamentos a essas empresas”, disse Patrick Drahi.
Novas empresas e trabalhadores suspensos
O presidente da Altice Internacional garante que já está à procura de novos fornecedores e que algumas das empresas sob suspeita já foram substituídas.
O grupo também já suspendeu 15 trabalhadores em Portugal, França e Estados Unidos, também com ligação a Armando Pereira, o co-fundador do grupo que não é acionista há 18 anos mas mantém ligação à empresa - há cerca de uma semana ainda era consultor da Altice França.
O contrato terminou no dia em que o tribunal aplicou a prisão domiciliária a Armando Pereira e ao sócio e amigo Hernani Vaz Antunes.