Na menor das ilhas do Arquipélago dos Açores o tempo é incerto durante todas as estações do ano, embora cada dia possa reservar uma surpresa e uma forma diferente de contemplar a Lagoa do Caldeirão. Ponto obrigatório de passagem para quem visita o Corvo, esta lagoa formou-se na cratera do vulcão extinto que deu origem à própria ilha.
A visibilidade é reduzida, permitindo ver apenas a dois metros e só os mais aventureiros desafiam o nevoeiro. Um percurso que se desenrola a uma altitude entre os 400 e os 560 metros. Com cerca de três quilómetros e meio de diâmetro e 300 metros de profundidade, é composta por pequenos cones vulcânicos que, segundo a lenda, representam as nove ilhas dos Açores.
O verde intenso caracteriza a paisagem. E a verdade é que não é preciso caminhar muito para se cruzar com gente da terra.
Antigos palheiros marcam a paisagem
Os palheiros localizados a meio do trilho, na direção da vila, eram usados para armazenar comida para os animais e guardar os utensílios de ordenha. Atualmente, são raras as vacas-leiteiras no Corvo, mas, como a ilha é pequena, há sempre forma de as encontrar.
Famílias inteiras saíram da ilha. De 800 habitantes, em meados do século passado, contam-se atualmente apenas 400. Homens e mulheres foram em busca do desconhecido do outro lado do atlântico. De boca em boca, o vento transportou o Corvo para o mundo e o retorno são agora turistas que chegam à procura de paz e paisagens naturais deslumbrantes.
Veja a reportagem no trilho do Caldeirão:
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