A aplicação de novas restrições para responder ao aumento de casos de covid-19 em Portugal é, para Constantino Sakellarides, especialista em Saúde Pública e ex-diretor-geral da Saúde, a fórmula que se pode aplicar para equilibrar a contenção da pandemia e o impacto na economia.
“Quando os casos aumentam, chega-a um certo ponto e nós temos de tomar medidas para diminuir a transmissão e, portanto, conter as interações entre as pessoas que provocam a transmissão. Entramos numa estratégia de fecho, de restrições”, explica o especialista lembrando que quando a situação melhora há uma abertura que vai agravar a situação.
Sakellarides considera que esta é fórmula que está à disposição do Governo até que seja possível imunizar a população contra o novo coronavírus. Se por um lado a aplicação de novas restrições diminui o contágio, por outro afeta a economia do país. “É uma fórmula nefasta e difícil, até atingirmos, graças à vacinação, uma imunidade de grupo satisfatória”, sublinha.
No entanto, o ex-diretor-geral da saúde afirma que os números referentes de novos casos é um “indicador relativamente pobre” que não dá “uma indicação muito precisa sobre o que está a acontecer”. Para o especialista, deveria ser analisado o índice de transmissão – à semelhança do que é avaliado pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças Europeu (ECDC, na sigla inglesa) – que representa uma relação entre o número de casos novos, os testes realizados e a percentagem de positividade da testagem.
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