Coronavírus

Covid-19. Marcelo, Costa e partidos reúnem esta terça-feira com peritos por videoconferência

Reunião vai ser transmitida nas redes sociais do Governo.

Covid-19. Marcelo, Costa e partidos reúnem esta terça-feira com peritos por videoconferência
ANTÓNIO COTRIM

O Presidente da República, o primeiro-ministro e os partidos reúnem-se novamente na terça-feira com epidemiologistas, mas desta vez por videoconferência, num momento em que o país se encontra em confinamento geral por causa da covid-19.

No Infarmed, em Lisboa, a partir das 10:00, estarão presentes a maioria dos epidemiologistas e a ministra da Saúde, Marta Temido. Os restantes participantes, com destaque também para o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, membros do Conselho de Estado e parceiros sociais, vão acompanhar a reunião por videoconferência.

Pela Direção Geral da Saúde, André Peralta Santos abre a reunião com uma intervenção sobre a situação epidemiológica do país, seguindo-se uma comunicação de Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, sobre a evolução da incidência e transmissibilidade da covid-19.

Depois, também pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo, Jorge João Paulo Gomes fala sobre as variantes genéticas do novo coronavírus em Portugal, e Manuel Carmo Gomes, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, sobre a evolução epidemiológica e critérios de atuação.

Esta reunião, a décima quarta nas instalações do Infarmed em Lisboa, num total de 15 até agora realizadas, será transmitida nas redes sociais do Governo, adiantou à agência Lusa a mesma fonte do executivo.

Antes do debate, com início previsto para as 12:00, Henrique de Barros (Universidade do Porto) fará uma comunicação em matéria de vacinação e seus efeitos nos internamentos e na mortalidade, Carla Nunes (Universidade Nova de Lisboa) abordará a questão das "perceções sociais" sobre a covid-19 e, finalmente, o novo coordenador da `task force´ para o plano de vacinação em Portugal, Henrique Gouveia e Melo, fará um ponto de situação sobre a forma como está a evoluir este processo no país.

Última reunião

A última reunião realizou-se em 12 de janeiro e teve como uma das novidades o facto de terem sido convidados para participar por videoconferência todos os candidatos presidenciais às eleições do dia 24 desse mês.

No final dessa reunião, o primeiro-ministro afirmou aos jornalistas que havia um grande consenso para que as medidas de confinamento geral então a decretar tivessem um horizonte de pelo menos um mês, já que Portugal registava nessa altura uma dinâmica de "fortíssimo crescimento" de casos de covid-19.

Confinamento geral

Três dias depois, no dia 15, Portugal continental entrou num novo confinamento geral, com os portugueses sujeitos ao dever de recolhimento domiciliário.

Inicialmente, o Governo manteve as escolas com o ensino presencial, mas corrigiu essa decisão na semana seguinte e suspendeu as aulas de todos os graus de ensino face ao continuado agravamento da situação epidemiológica do país.

Em Portugal, desde 15 de janeiro, vigora o dever geral de recolhimento domiciliário, em que apenas se prevê deslocações autorizadas num quadro muito limitado, designadamente para comprar bens e serviços essenciais ou desempenho de atividades profissionais.

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Especialistas dizem que é cedo demais para pensar em alívio das medidas

Os números da pandemia dão sinais de uma evolução positiva, mas os especialistas alertam que é cedo demais para pensar num alívio das medidas.

O desconfinamento terá de ser progressivo e, ainda que as infeções continuem a diminuir, as próximas semanas serão sempre de muita pressão nas enfermarias e, sobretudo, nos cuidados intensivos.

Quem chega aos cuidados intensivos já está numa luta pela sobrevivência. Nos hospitais portugueses há perto de 880 pessoas a quem a covid-19 deixou em estado crítico.

Segundo a fórmula que estuda a pandemia, mesmo com as infeções a diminuir, serão precisas algumas semanas até que os hospitais comecem a espelhar os resultados positivos.

Enquanto o cenário que possibilita o confinamento não chega, é preciso continuar a planear as piores opções. Portugal tem cerca de 1250 camas em cuidados intensivos e será difícil abrir muitas mais. Faltam médicos e faltam muitos enfermeiros. A possibilidade de enviar doentes para o estrangeiro surge, por agora, como uma hipótese de precaução.

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