O candidato derrotado à liderança do PSD, Paulo Rangel, considerou que as eleições internas "não enfraqueceram", mas reforçaram o partido, comprometendo-se a dar todo o apoio a Rui Rio para "dizer basta de PS" nas próximas eleições.
"Ao contrário do que muitos diziam, as eleições internas não enfraqueceram nem debilitaram o PSD. As eleições internas reforçaram, credibilizaram e legitimaram o PSD e a sua liderança como a única e verdadeira alternativa ao PS e ao seu Governo de estagnação e impasse", disse Paulo Rangel na sua intervenção no 39.º Congresso Nacional do PSD.
"Dou e darei todo o meu apoio ao partido e ao presidente"
Aceitando "os resultados renhidos, mas claros" que ditaram a sua derrota, o eurodeputado do PSD assumiu um compromisso: "sem abdicar das minhas convicções, disponível para servir Portugal, os portugueses e o PSD, no presente e no futuro como sempre estive no passado, dou e darei todo o meu apoio ao partido e ao presidente nesta pré-campanha e em toda a campanha eleitoral".
"O projeto do PS e do seu líder exauriu-se, esgotou-se, apagou-se", defendeu, considerando que está na hora de dizer "basta de PS" e de "gerar uma alternativa forte, galvanizadora, capaz de devolver esperança aos portugueses".
Paulo Rangel garantiu que se apresentou "a este congresso como um simples e modesto militante de base" e "totalmente empenhado" na "vitória do PSD nas legislativas de 30 de janeiro".
"Faço-o com a consciência tranquila de quem cumpriu o seu dever de participação política, de quem se apresentou com alternativa interna e promoveu um debate sério, profundo e positivo sobre o país e os desafios estratégicos do PSD", afirmou.
"Governação do PS e de António Costa anestesiou o país"
Para o social-democrata, "a governação do PS e de António Costa anestesiou o país". Por isso, defendeu que "a mudança para o crescimento e a criação de riqueza só pode fazer-se com o PSD".
"O PSD tem de ser essa grande alternativa, disposta a liderar o reformismo democrático não socialista", sustentou.
Rangel questionou se "alguém vê em António Costa e no PS a força, a energia, a motivação para fazer as reformas de que o país precisa", respondendo, em seguida, que "os seis anos de Governo de António Costa instalaram na sociedade portuguesa o ceticismo, o fatalismo, o pessimismo".
"Temos de romper com esse ciclo de impotência, de paralisia, de impasse", apelou, insistindo na urgência de Portugal "acordar para um projeto reformista" para o qual a alternativa é o PSD.
O eurodeputado do PSD recordou depois três períodos de governação socialista, considerando que em 2001, seis anos de Governo PS e Guterres "desaguaram no pântano", em 2011, seis anos de governação socialista e Governo Sócrates "resultaram na bancarrota" e em 2021, seis anos de governação socialista e Governo Costa "produziram um impasse político e uma longa estagnação política".
Assim, 2001 e 2011 são as datas de derrota socialista, o que Rangel espera que aconteça de novo nestas eleições legislativas.
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