As autoridades libanesas fizeram esta quinta-feira um novo balanço das vítimas das explosões de terça-feira em Beirute. Há pelo menos 145 mortos e mais de 5.000 feridos, estando ainda desaparecidas dezenas de pessoas.
Enquanto decorre a investigação ao incidente, os responsáveis alfandegários do porto de Beirute ficam em prisão domiciliária, mas a população exige do Governo o apuramento de responsabilidades perante o cenário de caos.
Os protestos na rua
Nitrato de amónio chegou à cidade num navio russo abandonado
O chefe do departamento de fronteiras do Líbano confirmou que a justiça daquele país foi alertada várias vezes por carta para o armazenamento de uma enorme quantidade de nitrato de amónio no porto.
O nitrato de amónio foi levado para a cidade libanesa por um navio russo - o MV Rhosus - que o armador abandonou e que se encontrava no porto desde 2013.
Ajuda internacional chega a Beirute
A União Europeia vai enviar 33 milhões de euros de ajuda de emergência para o Líbano, para além de equipas e meios técnicos.
Para além da verba, a UE colocou à disposição de Beirute equipas especializadas na deteção química, biológica, radiológica e nuclear e um navio militar com capacidade de helicóptero para evacuação médica, e equipamento médico e de proteção.
A UE destacou já mais de 100 bombeiros altamente treinados de busca e salvamento, com veículos, cães e equipamento médico de emergência.
Macron visitou local das explosões
O Presidente francês visitou esta quinta-feira o local das explosões e declarou que, por mais ajuda que o Líbano receba, o país só evitará o declínio quando lutar contra corrupção. Macron pediu mesmo ao Governo libanês que avance com reformas no setor da energia e no acesso aos cargos públicos.
Ao terreno já chegou ajuda dos Emirados Árabes Unidos, Rússia, Turquia, Chipre, República Checa, Dinamarca, Suíça, Grécia, Catar, Irão e China.
Portugal também manifestou disponibilidade para enviar 42 operacionais de uma força conjunta para o Líbano. A equipa é composta por operacionais da Proteção Civil, GNR, INEM e do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa.
Responsáveis pelo porto em prisão domiciliária
Os responsáveis pelo porto de Beirute estão em prisão domiciliária, mas a sociedade libanesa acusa a elite política pelo caos e pela corrupção em que o país está mergulhado há décadas.
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