Há mais um caso de violência no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF): um cidadão cabo-verdiano diz ter sido agredido por, pelo menos, três inspetores, na passada sexta-feira. O SEF avança que usou a força necessária porque o homem mostrou resistência.
Gilson recebeu ordem de expulsão do país por dez anos. Segundo conta o jornal Público, foi transferido para Lisboa, depois de ter estado mais de duas semanas no centro de instalação temporária do aeroporto de Faro. O objetivo seria embarcar num voo para Cabo Verde. Foi aí que alega ter sido agredido e amarrado nos pés por pelo menos três inspetores do SEF.
“Meteram-me em cima da cadeira de rodas, caí no chão e depois meteram-me o joelho no pescoço. Nenhum cão merece o que eles fizeram comigo”, lembra Gilson.
Ao advogado, o homem contou que foi arrastado numa zona pública e que as agressões terão acontecido numa sala do SEF que não o centro de instalação.
Segundo o Público, o SEF não nega ter recorrido à força neste caso, mas que foi na medida do necessário já que o homem terá oferecido resistência, depois de se ter recusado a embarcar para Cabo Verde.
Nos últimos dias têm surgido mais denúncias de agressões. O Ministério da Administração Interna quer uma investigação mais vasta aos casos de violência no SEF, que abranja não só a morte de Ihor Homeniúk, mas também os casos que entretanto têm sido tornados públicos.
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