O presidente do Benfica suspendeu funções, mas não se demite, pelo menos por enquanto. O anúncio foi feito pelo advogado à porta do tribunal onde decorrem os interrogatórios. Vieira sublinhou que o Benfica está primeiro e pediu serenidade aos sócios.
Não se trata de uma renúncia ao cargo que ocupou durante quase duas décadas, apenas uma suspensão que pode ter duas leituras: por um lado tentar evitar a prisão preventiva na medida em que retira espaço ao tribunal para fundamentar a mais grave das medidas de coação com base no perigo de continuação da atividade criminosa; e por outro antecipa uma provável inibição do exercício de funções no universo encarnado aproveitando o estatuto de utilidade pública do Benfica, apesar de ser uma entidade privada.
A decisão de Vieira de se afastar temporariamente foi anunciada pelo próprio advogado antes dos primeiros interrogatórios.
Sai de cena com cartão vermelho o homem que sempre disse ter entrado no Benfica para reconstruir o que ficou por terra no mandato de Vale e Azevedo.
Empurrado por fortes suspeitas de desvios de dinheiro do clube e não só, Luís Filipe Vieira e já depois de duas noites seguidas nos calabouços da PSP viu os outros detidos começarem primeiro os interrogatórios.
Dia de interrogatórios
O sócio José António dos Santos logo pela manhã e durante 3 horas. A SIC sabe que foi confrontado com escutas sobre conversas mantidas com o presidente do Benfica, agora suspenso, e respondeu a tudo.
Seguiu-se o empresário de Braga Bruno Macedo, o alegado testa de ferro desde 2014, com quem teria montado um alegado esquema em benefício próprio envolvendo empresas e offshores.
E depois o filho Tiago, administrador de várias sociedades nas quais atuava, segundo a investigação, por indicações do pai.
O mais importante dos interrogatórios, o de Luís Filipe Vieira, ficou para último.
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