O Ministério Público continua a investigar crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais no futebol português. A Operação Fora de Jogo, que começou há ano e meio, teve hoje a SAD do Braga e a SAD do Vitória de Guimarães como alvos das buscas dos inspetores tributários.
Nas SADs dos dois emblemas da I Liga, há suspeitas de negócios simulados, entre clubes e empresários, com valores que podem rondar os 15 milhões de euros.
O esquema passará pela introdução de terceiros nos negócios entre as Sociedades Anónimas dos clubes, jogadores e agentes. Muitas vezes são empresas sediadas no estrangeiro, preferencialmente em paraísos fiscais e representadas por um advogado ou uma sociedade de advogados, que passam faturas de prestação de serviço de intermediação na compra e venda de jogadores de futebol.
Em Braga, os inspetores da Autoridade Tributária e do Ministério Público procuraram documentação relativa às transferências de dois jogadores, realizadas entre o FC Porto e o Sp. Braga: o senegalês Loum, comprado pelos dragões aos minhotos em 2019, por €7,5 milhões, e o brasileiro Galeno, que fez o percurso inverso, no mesmo ano, por um valor de €3,5 milhões.
Em Guimarães, as transferências dos jogadores Hernâni, Mikel e Ricardo Pereira, nos últimos anos entre o Vitória e o FC porto, também fazem parte da investigação que levou ao D. Afonso Henriques perto de uma dezena de inspetores.
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