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Fuga de João Rendeiro estava preparada há vários meses

No dia 25 de agosto, o antigo banqueiro passou uma procuração ao advogado, conferindo-lhe poderes de representação jurídica e forense em qualquer processo de extradição.

O ex-banqueiro João Rendeiro no Tribunal de Verulam, onde esteve presente perante um juiz pela primeira vez desde que foi detido no sábado, nos subúrbios de Durban, África do Sul, 13 de dezembro de 2021.
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A fuga de João Rendeiro começou a ser preparada há vários meses. Em agosto tinha passado uma procuração ao advogado para que o representasse em processos de extradição.

A SIC teve acesso à procuração que Rendeiro passou ao novo advogado, Carlos do Paulo, a 25 de agosto, na qual atribuía "poderes de representação jurídica e forense em qualquer processo de extradição".

No mês seguinte, em setembro, contratou uma advogada especialista em crimes de colarinho branco na África do Sul, que tem no currículo várias extradições evitadas.

JOÃO RENDEIRO FUGIU À JUSTIÇA EM SETEMBRO

João Rendeiro já sabia que ia ser condenado em definitivo, sem mais possibilidade de recurso, quando informou a Justiça em setembro que ia passar uns dias em Londres.

Saiu de Portugal a 12 de setembro rumo a Londres e no dia 14 voou para o Qatar. Quatro dias depois chegou a Joanesburgo, África do Sul. O Supremo Tribunal teria então confirmado a pena de cinco anos e 8 meses de prisão.

Em Joanesburgo terá passado alguns dias em Sandton, a zona mais cara de África. De acordo com fonte policial, o antigo banqueiro ter-se-á hospedado num hotel com o passaporte verdadeiro. Este erro viria a custar-lhe a deteção.

AMIGO TERÁ DENUNCIADO PRESENÇA DE RENDEIRO NA ÁFRICA DO SUL

O Jornal de Notícias avança que, um dos amigos com que Rendeiro terá contactado é que avisou a Polícia Judiciária.

Nos mais de dois meses em que esteve fugido à Justiça, suspeita-se que terá saído e voltado a entrar na África d Sul várias vezes.

João Rendeiro acabou por ser detido no sábado num hotel de cinco estrelas, onde até deu uma entrevista.

Para pagar as despesas, o ex-banqueiro usava 12 cartões bancários, que podem agora ajudar a localizar as contas offshore onde terá escondido o dinheiro.

Sabe-se que João Rendeiro estava na posse de uma autorização de residência, concedida a 10 de novembro, num regime semelhante aos vistos gold.

Rendeiro é condenado de se apropriar de 13,6 milhões de euros no caso BPP.

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