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Carlos Costa: o vereador que denunciou o marido de Carla Alves ao tribunal

Em entrevista à SIC, Carlos Costa fala dos vários casos que envolvem a ex-secretária de Estado e o marido.

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Somam-se as suspeitas sobre Carla Alves. A maior parte das acusações e suspeitas têm por base o mesmo denunciante: Carlos Costa, antigo vereador e deputado municipal do PSD. Em entrevista à SIC, Carlos Costa fala dos vários casos que envolvem a ex-secretária de Estado e o marido.

O caso remonta a 2009: Carlos Costa, na altura candidato pelo PSD à câmara municipal de Vinhais, apresentou no Tribunal Fiscal e Administrativo de Mirandela uma queixa a pedir a perda de mandato de Américo Pereira. Considerava que o autarca tinha favorecido a mulher.

Em causa estava o pagamento de 68 mil euros de fundos europeus que Carla Alves recebeu, através de uma empresa, para dar formação. Ao mesmo tempo, Carla Alves era funcionária da câmara de Vinhais, liderada pelo marido, Américo Pereira.

O Tribunal considerou que não havia motivos para retirar o mandato a Américo Pereira, mas mandou extrair certidões para o Ministério Público.

Carlos Costa foi também o denunciante do caso que deu origem a um processo crime contra Armando Pereira. Em março, o antigo presidente da autarquia foi acusado de corrupção ativa, participação económica em negócio e prevaricação.

O Ministério Público suspeita que o marido de Carla Alves deu informações privilegiadas a um empresário – de quem é amigo – sobre a venda de terrenos de um seminário. Terá dito que os terrenos em causa iriam ser licenciados no futuro, o que faz aumentar o seu valor. Neste processo são arguidos o ex-presidente da Câmara, o padre do seminário e o amigo do antigo autarca.

Segundo o Ministério Público, tanto o reitor do seminário como o empresário saíram beneficiados em mais de um milhão de euros, graças ao licenciamento dos terrenos que tornou o negócio mais vantajoso. A investigação acredita que será daí que vem a multiplicação do dinheiro nas contas de Armando e Carla Alves Pereira.

A igreja não quis apresentar queixa, mas Carlos Costa garante que enviou documentos para a Santa Sé. Tal como enviou para o Partido Socialista.

Além dos casos referidos, o social-democrata acrescenta mais um: o pagamento de 30 mil euros que Carla Alves fez, na qualidade de líder de uma associação sem fins lucrativos, a um cunhado para criar uma página na internet.