Começou este mês o festival do cabrito em Torres Novas e a SIC foi conhecer as origens dos produtos que fazem deste prato um dos ex-líbris torrejano.
Quem prova diz que os cabritos de Torres Novas têm um sabor diferente. O micro clima da Serra de Aire e Candeeiros influencia, mas é o saber e a passagem de testemunho, que fazem com que neste concelho do interior do país, este prato típico continue.
É o caso de Arménio Duarte, há mais de três décadas que se dedica à criação de cabrito. Tarefa que nem sempre é fácil, numa altura em que há cada vez menos produtores.
“Continuo nisto porque gosto mesmo, fui criado nisto e não o faço pelo lucro, faço para manter a tradição e por amizade”, revela o criador de gado
Quem prova o cabrito de Torres Novas, recebe os sabores vindos da terra
Já, José Fernandes que dedicou a vida à agricultura é com tristeza, mas sentido de missão que aos 70 anos continua a cuidar da terra na companhia da esposa. Tarefa que é cada vez mais rara e que vai sendo substituída por máquinas. Sem ajuda dos mais novos resta-lhe continuar na agricultura, por vezes com a ajuda dos mais velhos.
“Cá vou andando com muito trabalho com a patroa. Infelizmente, temos sido só nós porque quase já não há mão de obra, ninguém quer andar nisto. Vamos fazendo isto nas calmas, os dois, mas as pessoas de idade é que, ainda, andam nisto porque os mais novos que andam no campo não têm nada que ver com isto, nem querem! Acho que eles têm um certo juízo, isto é duro”, confessou o agricultor.
De mulheres e homens que, apesar das dificuldades, preservam uma tradição que, assim, permite continuar a desfrutar dos sabores vindos da terra no prato de cabrito.