“O racismo estrutural é um fantasma que não existe em Portugal.” A frase foi proferida por André Ventura na Assembleia da República em junho, mas a ideia tem sido sobejamente repetida em manifestações e tweets associados ao Chega.
Apesar de não existirem estatísticas oficiais sobre a origem étnico-racial em Portugal, várias pesquisas e relatórios têm demonstrado a existência de formas de segregação direta e indireta que resultam da desigualdade étnico-racial e do racismo como fator fundamental de discriminação.
Os dados mais recentes do European Social Survey, um mega-inquérito que mede atitudes e padrões de comportamentos das populações em mais de 30 países europeus, mostram também que os portugueses apresentam elevados níveis de crenças racistas.
Das perceções a áreas onde as assimetrias com base na discriminação étnico-racial são muito visíveis (como a educação, a habitação, a justiça ou o emprego), selecionámos 16 factos que demonstram que o racismo estrutural é uma realidade em Portugal.
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É um projeto patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian que terá uma expressão multimédia e que incluirá um conjunto de grandes reportagens que a SIC emitirá em fevereiro de 2021. O projeto resulta de uma parceria estabelecida entre a SIC e a NOVA FCSH e pretende mergulhar no difícil tópico do “populismo radical que alimenta a direita nacionalista e antissistema europeia” - título que esconderá derivas em direção aos extremos; em direção ao quadro que molda a extrema direita.