Coronavírus

Amamentar não representa risco de contágio do novo coronavírus de mãe para bebé

"Não detetámos o vírus vivo no leite materno", afirma OMS.

Amamentar não representa risco de contágio do novo coronavírus de mãe para bebé
BSIP

Amamentar não representa risco de contágio do novo coronavírus responsável pela doença Covid-19, garantiu hoje um perito da OMS.

Numa conferência de imprensa virtual na sede da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, Anshu Banerjee, diretor para a área da saúde materno-infantil e reprodutiva, afirmou que até agora não foi ainda detetado o vírus ativo no leite materno nem foi estabelecida a transmissão da covid-19 de mãe para filho através do leite materno.

"Até agora não detetámos o vírus vivo no leite materno". "Por isso, o risco de transmissão de mãe para filho não foi, até agora, estabelecido".

O perito acrescentou que já foram encontrados vestígios" do vírus no leite materno.

Os benefícios da amamentação ultrapassam os riscos de transmissão

Por seu lado, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, encorajou as mulheres a amamentarem os filhos, salientando que a questão foi estudada detalhadamente na OMS e acrescentou que as crianças têm um baixo risco em relação à doença covid-19, mas estão muito expostas a outras doenças e infeções, que são prevenidas pelo leite materno.

Tedros Adhanom Ghebreyesus disse ainda que mesmo em casos de mães com suspeitas de infeção ou com infeção pelo novo coronavírus devem ser encorajadas a começar ou continuar o aleitamento e não devem ser separadas dos filhos.

Mães infetadas com Covid-19 podem amamentar recém-nascidos

A 19 de maio, a Direção-Geral da Saúde publicou um novo documento sobre os cuidados aos recém-nascidos de mães infetadas, salientando que as mães podem amamentar, com a utilização de máscara e “após higiene cuidada das mãos e das mamas”.

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Conferência da OMS dedicada às mulheres, crianças e adolescentes

Na conferência de imprensa dedicada hoje especialmente às mulheres, crianças e adolescentes, no âmbito da covid-19, a OMS convidou a intervir diversas personalidades, tendo Tedros Ghebreyesus dado o mote ao dizer que as mulheres podem ter riscos acrescidos em complicações derivadas do parto, devido à interrupção de serviços de saúde.

E os jovens, acrescentou, também estão sujeitos a maiores riscos de depressão ou ansiedade, entre outros como estarem mais expostos a assédio através da internet, sem contar com os milhares de jovens que recebiam alimentação e desporto através das escolas, que agora estão encerradas.

Natalia Kanem, diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a População, uma das convidadas, disse que milhares de mulheres podem morrer devido a complicações preveníveis no parto, e acrescentou que a cada seis meses de confinamento 47 milhões de mulheres perdem acesso a contracetivos e que isso resulta no nascimento de sete milhões de crianças não desejadas.

Aumento de situações de violência de género, “uma pandemia dentro da pandemia”

A responsável alertou ainda para o aumento de situações de violência de género, “uma pandemia dentro da pandemia”.

Gabriela Cuevas Barron, presidente da União Interparlamentar e outra das intervenientes, também se referiu ao aumento da violência de género e deixou outros números: 42 a 66 milhões de crianças podem cair na pobreza máxima devido à atual crise sanitária. E considerou fundamental que se dê prioridade à continuação de serviços de aconselhamento sexual e de reprodução.

Uma sugestão idêntica deixada também por Jayathma Wickramanayake, enviada do secretário-geral da ONU para a juventude, que alertou para o “exacerbar de dificuldades” provocado pela covid-19 junto especialmente de jovens migrantes, de minorias sexuais, de jovens refugiados, doentes com sida, presos ou pobres.

“Os jovens não estão a receber serviços de informação sexual, os jovens não estão a receber educação nas escolas”, disse, alertando para o aumento de distúrbios psicológicos nessa população, como casos de depressão ou ansiedade.

"Nos próximos seis meses podem morrer um milhão de crianças e 50 mil mães"

Devido ao impacto da pandemia do novo coronavírus, segundo Mary-Ann Etiebet, diretora executiva da organização “Merck for Mothers”, nos próximos seis meses podem morrer um milhão de crianças e 50 mil mães.

Na conferência de imprensa os responsáveis da OMS insistiram na ideia de que uma vacina, quando existir, deve tornar-se “um bem público global”, admitiram que o conhecimento da covid-19 em relação a crianças e adolescentes “é limitado”, e reafirmaram que se na Europa parte dos países estão a retomar aos poucos as atividades no hemisfério sul ainda se está no “pico da pandemia”.

“É difícil lutar contra o vírus num mundo dividido”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, acrescentando que este momento de covid-19 devia ser “um momento de humildade”, porque nem a Europa está segura nem “ninguém está a salvo até todos estarem a salvo”.

Mais de 421 mil mortos e cerca de 7,5 milhões infetados em todo mundo

A pandemia do novo coronavírus já causou a morte a pelo menos 421.691 pessoas e infetou mais de 7,5 milhões em todo o mundo desde dezembro, segundo um balanço da agência AFP baseado em dados oficiais.

De acordo com os dados recolhidos pela agência de notícias francesa até às 12:00 de Lisboa, já morreram pelo menos 421.691 pessoas e há mais de 7.529.190 casos de infeção em 196 países e territórios desde o início da epidemia, em dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan.

Pelo menos 3.361.200 foram considerados curados pelas autoridades de saúde.

Os países mais atingidos:

  • Estados Unidos, com 113.820 mortes e 2.023.147 infeções.
  • Reino Unido, com 41.279 mortes em 291.409 casos
  • Brasil com 40.919 mortes (802.828 casos
  • Itália com 34.167 mortes (236.142 casos)
  • França com 29.346 mortes (192.364 casos).
  • China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), com 83.064 casos (sete novos entre segunda-feira e hoje) e manteve o número de mortes (4.634). Há 78.365 pessoas que foram dadas como curadas.

Às 12:00 de Lisboa, a Europa totalizava 186.453 mortes e 2.355.474 casos, os Estados Unidos e Canadá 121.870 mortes (2.120.877 casos), América Latina e Caraíbas 74.320 mortes (1.520.169 casos), Ásia 21.805 mortes (782.699 casos), Médio Oriente 11.208 mortes (524.433 casos), África 5.904 mortes (217.590 casos) e Oceânia 131 mortes (8.671 casos).

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7 mortes e 310 novos casos de Covid-19 em Portugal nas últimas 24 horas

A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta quinta-feira a existência de 1.504 mortes e 35.910 casos de Covid-19 em Portugal, desde o início da pandemia.

O número de óbitos subiu, de ontem para hoje, de 1.497 para 1.504, mais 7, enquanto o número de infetados aumentou de 35.600 para 35.910, mais 310, o que representa um aumento de 0,87%

O número de casos recuperados subiu de 21.742 para 22.002, mais 260.

Há 415 doentes internados, menos dois em relação a ontem. 70 encontram-se em Unidades de Cuidados Intensivos, o mesmo número de quarta-feira.