Coronavírus

Merkel teria preferido um novo confinamento mais apertado

Alemanha regista 14.419 novas infeções e 267 mortes em 24 horas

Merkel teria preferido um novo confinamento mais apertado
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A chanceler alemã Angela Merkel disse hoje que teria preferido ter acordado medidas de confinamneto mais rigorosas com os lí­deres federais e estatais na segunda-feira, acrescentando que estava muito preocupada coma propagação do coronaví­rus em alguns locais, incluindo Berlim.

"Cada dia conta na luta contra o coronaví­rus", disse Merkel depois de os lí­deres federais e estatais terem decidido adiar até de Novembro uma decisão sobre mais medidas para combater a pandemia.

O encontro entre a chanceler alemã e os chefes de governo dos Estados federais na segunda-feira, em que a Angela Merkel tentou acordar com os poderes regionais medidas vinculativas mais rígidas do que as atuais, foi finalmente reduzido a uma série de apelos à população para que minimizasse os contactos.

Merkel admitiu que não foi possível chegar a um acordo sobre um endurecimento das restrições devido às "diferenças substanciais" em relação aos estados, que são responsáveis pela sua implementação.

A chanceler alemã também anunciou um novo encontro com os líderes regionais na próxima semana, do qual um novo "conceito geral" de longo prazo deve emergir para atingir o objetivo de reduzir as novas infeções.

No dia 02 de novembro, entraram em vigor novas medidas na vida pública - mais brandas do que as decretadas na primavera -- buscando baixar a curva de novas infeções e o objetivo de atingir uma incidência cumulativa abaixo 50 por 100.000 habitantes.

As restrições atuais traduzem-se no encerramento da restauração, de casas noturnas, dos desportos em locais fechados e da vida cultural durante pelo menos todo o mês de novembro e no compromisso de manter as escolas e infantários abertos.

Alemanha regista 14.419 novas infeções e 267 mortes em 24 horas

As autoridades de saúde alemãs registaram 14.419 novas infeções pelo SARS-CoV-2 e 267 mortes devido à covid-19 nas últimas 24 horas, informou hoje o Instituto Robert Koch (RKI).

O número de novos casos diários está, portanto, abaixo dos 15.332 registados na terça-feira da semana passada e das 23.542 novas infeções de sexta-feira.

Os casos positivos registados desde que o primeiro contágio no país foi anunciado, no final de janeiro, chega a 815.746 e já ocorreram 12.814 mortes.

O RKI indicou que cerca de 530.200 pessoas já recuperaram da doença e que existem atualmente cerca de 272.700 casos ativos.

No conjunto da Alemanha, a incidência cumulativa nos últimos sete dias é de 141,4 casos por 100.000 habitantes.

O número de pacientes com covid-19 nos cuidados intensivos subiu para 3.436 na segunda-feira, dos quais 1.971 estão a receber respiração assistida, de acordo com dados da Associação Interdisciplinar Alemã de Cuidados Intensivos e Medicina de Emergência (DIVI).

Atualmente, 21.355 camas nos cuidados intensivos estão ocupadas e 6.950 estão livres.

O fator de reprodução (R) que considera as infeções num intervalo de sete dias em relação aos sete anteriores e reflete a evolução das infeções de oito a 16 dias atrás, é de 0,97, o que implica que cada cem infetados contagiam outras 97 pessoas.

Número de infeções no mundo ultrapassou os 55 milhões

O número de infeções no mundo pelo vírus SARS-CoV-2 superou hoje os 55 milhões, enquanto o número de mortes ultrapassou os 1,3 milhões, segundo dados da Universidade de Medicina Johns Hopkins (JHU). De acordo com os dados, há um total de 55.033.418 infeções e 1.327.500 mortos.

Os Estados Unidos são o país que lideram em número de casos e mortes, 11,2 milhões e 247.220 óbitos, respetivamente.

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados em número de casos são a Índia com 8,8 milhões, Brasil com 5,8, França com mais de dois milhões, Rússia com 1,9 e Espanha com 1,4.

Também há outros cinco países que ultrapassaram um milhão de infetados: Reino Unido, Argentina, Itália, Colômbia e México, enquanto o Peru já ultrapassou 900 mil casos.

Em óbitos, depois dos EUA, o país mais afetado é o Brasil com 166.014, seguido pela Índia com 130.519, México com 98.861 e Reino Unido com 52.240 óbitos.

A Itália segue nesta lista com 45.733 mortes, França com 45.122, Irão com 41.979, Espanha com 41.253 e Argentina com 35.727, segundo o JHU.

Portugal com 225.672 casos e 3.472 mortos

Portugal registou na segunda-feira mais 91 mortes e 3.996 novos casos de Covid-19, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde.

Há doentes 426 doentes internados nas Unidades de Cuidados Intensivos, um novo máximo desde o início da pandemia. Em relação aos internamentos em enfermaria estão 3.040 pessoas internadas.

A DGS revela que estão ativos 80.045 casos de infeção. Foram dados como recuperadas 142.155 desde o início da pandemia.

As autoridades de saúde têm agora sob vigilância 95.354 pessoas.

Avanços na vacina e tratamento contra a Covid-19

Na segunda semana de novembro várias boas notícias foram chegando sobre os avanços no desenvolvimento de uma vacina contra o SARS-CoV-2 bem como um tratamento novo.

► A farmacêutica norte-americana Pfizer anunciou na segunda-feira que a sua vacina contra a Covid-19 alcançou 90% de eficácia nos testes.

► Nesse mesmo dia 9 de novembro, o porta-voz do ministro da Saúde da Rússia veio assegurar que a vacina que está a ser desenvolvida no país - a Sputnik V - tem uma taxa de eficácia superior a 90% e no dia seguinte Putin garantiu que "todas as vacinas russas contra a Covid-19 são eficazes"

► Ainda nesse dia, o ensaio clínico da potencial vacina CoronaVac da chinesa Sinovac foi suspenso no Brasil devido a "efeito adverso grave.", embora a empresa chinesa reafirme a confiança no produto, indicando que o efeito secundário não está relacionado com a vacina. Os testes foram retomados no dia 11.

► Na quarta-feira, a vice-Presidente russa anunciou que os testes clínicos da segunda vacina russa contra a Covid-19, a EpiVacCorona que está a ser desenvolvida pelo Instituto Vector, vão começar a 15 de novembro,

► Ainda na segunda-feira, mas já terça em Portugal, a agência norte-americana do medicamento (FDA) deu uma autorização de utilização de emergência e temporária de um medicamento experimental para a Covid-19 fabricado pela Eli Lilly, mas apenas para doentes com sintomas ligeiros ou moderados e não para hospitalizados a necessitar de oxigénio.

O tratamento experimental com anticorpos sintéticos é o primeiro especificamente desenvolvido para o novo coronavírus.

► A 16 de novembro a farmacêutica Moderna revelou que a sua vacina experimental tem uma eficácia de 94,5%.