Da cidade Ecaterimburgo chegam imagens de manifestantes que saíram à rua em protesto contra o anúncio do Presidente Putin e que acabaram detidos e colocados pela polícia dentro de autocarros.
Nas redes sociais já começaram a circular vídeos das detenções. A maioria dos detidos são jovens e o destino dos autocarros onde estão a ser colocados é desconhecido.
As autoridades russas já tinham alertado que não iam tolerar protestos, prometendo que os manifestantes poderiam ser punidos com pena de prisão até 15 anos.
Até ao momento terão sido detidas mais de 110 pessoas em protesto em 15 cidades russas.
No discurso à nação desta manhã, o Presidente da Rússia acusou os países da NATO de “chantagem nuclear” e prometeu usar todos os meios para proteger os interesses russos, sublinhando que “não está a fazer bluff”.
Putin assegurou ainda que Moscovo tem armas diferentes e mais modernas do que o Ocidente e revelou que vai enviar para a Ucrânia mais de 300 mil militares, que estão na reserva e que podem ser convocados já a partir de hoje.
Esta “mobilização parcial” de cidadãos, como lhe chamou o Presidente russo, acontece num momento em que a guerra na Ucrânia está quase a chegar ao sétimo mês do conflito.
Vladimir Putin justificou este anúncio com a necessidade de defender a soberania e a integridade territorial do país.
A verdade é que esta mobilização dos russos em idade de combater abre caminho para uma escalada no conflito na Ucrânia. Por outro lado, as autoridades dos territórios separatistas pró-russos da região de Donbass anunciaram que vão realizar entre os dias 23 e 27 de setembro referendos para decidirem sobre a sua anexação pela Rússia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro provocou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
E apesar de os números estarem distantes dos reais, a ONU já confirmou a morte, desde o início da guerra, de 5.916 civis e 8.616 feridos.