Conciliar a vida familiar e a participação nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 não está a ser fácil para algumas atletas femininas. A capitã da equipa de natação sincronizada de Espanha denunciou, através de uma publicação no Instagram, que as regras impostas não lhe permitem levar o filho de 11 meses, que ainda está a em idade de amamentação.
Ona Carbonell pediu autorização ao Comité Olímpico Internacional para levar o filho Kai consigo para Tóquio, por o bebé ainda estar a amamentar, mas a resposta começou por ser negativa. A organização da prova acabou por voltar atrás, depois da basquetebolista canadiana Kim Gaucher e da futebolista americana Alex Morgan terem apresentado reclamações contra a decisão, segundo noticia a Reuters.
Devido às restrições para contenção da covid-19, os familiares dos atletas não podem acompanhá-los na Aldeia Olímpica, o que torna a logística de amamentação de crianças muito complicada. Ona Carbonell explicou que o pequeno Kai e o pai teriam de ficar num hotel, fora da Aldeia Olímpica, e fazer quarentena durante 20 dias. Para que a Carbonell pudesse amamentar a criança, a atleta teria de abandonar a “bolha de proteção” em que as comitivas de cada país se encontram, colocando em risco tanto os colegas de equipa como a própria família.
“Fomos informados pelas entidades organizadoras das medidas extremamente drásticas que impossibilitam esta opção para mim. Depois de receber incontáveis amostras de apoio e ânimo, manifesto a minha deceção e desilusão por no fim ter de viajar sem ele”, escreveu Carbonell numa publicação de Instagram onde conta a história.
Os Jogos Olímpicos foram adiados por um ano, devido ao aparecimento da covid-19. A cerimónia de abertura a realizar-se na sexta-feira e as provas desportivas decorrem até 8 de agosto.
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