O dirigente socialista e presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, recordou esta quarta-feira Jorge Coelho como "o socialista mais querido de todos" e que "a todos unia".
Numa mensagem divulgada nas redes sociais, Medina começa por dizer que "escrever sobre a morte de Jorge Coelho hoje é um choque", revelando que ainda na terça-feira tiveram um encontro "de horas a discutir política e a falar sobre a vida" e hoje continuaram a conversa por mensagem, antes da "notícia trágica".
O autarca recorda que conheceu Jorge Coelho há 20 anos, quando trabalhou com o então primeiro-ministro António Guterres.
"Pouco tempo depois ele sai do Governo, depois da queda da ponte de entre os Rios, decisão que ainda hoje marca o país e a forma de estar na política. Naquela época ele era o socialista mais querido de todos, aquele que a todos unia. Ao longo dos anos nunca perdeu esse estatuto", defendeu.
Para o dirigente do PS, Jorge Coelho "é indiscutivelmente um dos principais construtores do moderno Partido Socialista e um dos mais fiéis interpretes da sua ligação mais profunda ao país e aos portugueses", apesar de nunca ter sido secretário-geral do partido.
"Homem de uma profunda generosidade e entrega, mobilizava todos à sua volta com a sua alegria, força e humor. Sempre a interpretar como poucos o sentir dos portugueses. Nos últimos anos encontrávamo-nos com regularidade. Falávamos do país, de Lisboa e invariavelmente do PS", revelou.
Fernando Medina contou ainda que a ligação comum que os unira a António Guterres transformou-se "numa relação própria de respeito, amizade e genuína camaradagem".
"Hoje perdi um Camarada. E posso dizer que perdi um amigo. Um grande e querido amigo. Até sempre Jorge Coelho", despede-se o autarca.
Jorge Coelho, natural de Mangualde, no distrito de Viseu, morreu hoje, aos 66 anos, disse à Lusa fonte do PS.
A partir de 1992, com António Guterres na liderança, Jorge Coelho foi secretário nacional para a organização, contribuindo para a vitória eleitoral dos socialistas nas legislativas de 1995.
Nos governos do PS chefiados por Guterres, foi ministro Adjunto, da Administração Interna, da Presidência e do Equipamento Social.
Quando a Ponte Hintze Ribeiro, sobre o rio Douro, colapsou na noite de 04 de março de 2001, provocando a morte de 59 pessoas, Jorge Coelho, então ministro do Equipamento, demitiu-se de imediato, afirmando que "a culpa não pode morrer solteira".
Nascido em 17 de julho de 1954, em Mangualde, distrito de Viseu, Jorge Coelho era empresário, mas continuou sempre a acompanhar a atividade política, como comentador de programas como a Quadratura do Círculo, na SIC Notícias e TSF, mas também como cidadão.
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