Catarina Martins considera que o envio de dados privados dos ativistas que organizaram manifestações pró-Navalny para a Embaixada da Rússia é "extremamente grave numa democracia". A coordenadora do Bloco de Esquerda insiste que é necessário mais respostas sobre esta prática.
“Os cidadãos que viram os seus dados partilhados com a Rússia agora têm medo por si e pelas suas famílias de eventuais retaliações. E o que eu pergunto é: e noutras alturas, também aconteceu o mesmo? Aconteceu o mesmo quando houve protestos contra os presos políticos de Angola? Aconteceu o mesmo quando houve protestos frente à embaixada de Israel sobre a Palestina?”, questiona Catarina Martins.
A coordenadora do Bloco de Esquerda quer ainda saber se “esta ação é recorrente”, “quantas vezes aconteceu” e se costuma acontecer também noutra autarquias do país.
“Isto é extraordinariamente grave numa democracia. Porque o direito de manifestação, a liberdade de manifestação e a segurança que todas as pessoas têm de ter em Portugal quando utilizam os seus direitos democráticos é muito séria. É por isso que o que aconteceu não podia ter acontecido”, acrescenta.
Sobre o pedido de demissão de que Fernando Medina foi alvo, Catarina Martins considera que são “números de campanha eleitoral”.
“Nós vamos ter eleições e talvez pedir a demissão a poucos meses das eleições seja mais um número de campanha eleitoral do que uma afirmação com consequência”, afirma.
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