O PS diz que o envio à Embaixada Russa dos dados dos três ativistas russo que organizaram a manifestação pró-Navalny é “lamentável” e não pode voltar a acontecer. No entanto, o partido manifesta solidariedade com Fernando Medina, presidente da Câmara de Lisboa.
José Luís Carneiro começou por cumprir o protocolo, manifestando solidariedade para com o autarca, e só depois reconheceu o problema. Para terminar, deixou críticas aos adversários, principalmente ao PSD pelo “oportunismo e cinismo”.
Em 12 minutos de conferência de imprensa, o secretário-geral adjunto do PS só não se referiu à situação em que ficaram os ativistas que viram os seus dados pessoais partilhados com a Embaixada da Rússia.
Para além do PSD, também o CDS, o Chega e a Iniciativa Liberal pediram a demissão de Fernando Medina devido à esta situação. As juventudes partidárias PSD e CDS convocaram uma manifestação para reforçar a mensagem que tem passado ao lado do PS.
José Luís Carneiro diz que a raiz do problema está na lei do direito à manifestação de 1974 que obriga os organizadores dos protestos a enviar o nome, morada e profissão às autarquias. No entanto, em momento nenhum a lei determina que as autarquias estão obrigadas a enviar os dados a entidades – como é o caso das Embaixadas.
O PS anunciou que o Governo quer alterar a legislação até setembro desta ano. Mas de António Costa ainda não houve uma palavra sobre o assunto.
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