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SIC teve acesso às imagens tiradas pela PJ da coleção de arte de João Rendeiro

As mais de 120 obras de arte estão arrestadas desde 2010.

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A SIC teve acesso às fotografias tiradas pela Polícia Judiciária às mais de 120 obras de arte arrestadas a João Rendeiro. São sobretudo da segunda metade do século XX e de autores de referência, nacionais e internacionais.

O especialista ouvido pela SIC estima que a coleção valha mais de um milhão de euros.

A obra que está no jardim de casa de João Rendeiro, em Cascais, é da autoria do famoso casal de artistas Claes Oldenburg e Coosje van Bruggen, que também assinam a gigante pá da entrada do museu de Serralves, no Porto.

É uma das 124 obras de arte arrestadas pela Justiça há mais de 10 anos, tal como "Medusa", uma criação do escultor Rui Chafes, vencedor do Prémio Pessoa.

São muitos os nomes portugueses de referência espalhados pela casa de João e Maria de Jesus Rendeiro. Julião Sarmento, António Dácosta ou António Pedro são apenas alguns.

Mais de 70% das obras de arte na casa da Quinta Patino são de artistas portugueses.

A SIC teve acesso às fotografias tiradas recentemente pela Polícia Judiciária em casa dos Rendeiro, onde fica clara a preferência do casal pela arte moderna e contemporânea.

Um crítico de arte ouvido pela SIC vê, neste lote, pelo menos 10 obras muito valiosas a que chama de "primeiríssima água". No total, considera que a coleção de arte do casal Rendeiro deverá valer no mínimo um milhão de euros.

Rendeiro terá vendido oito quadros apreendidos

O advogado do BPP, Miguel Coutinho, disse em tribunal ter provas de que João Rendeiro vendeu oito quadros que estavam apreendidos entre 23 de outubro de 2020 e 1 de outubro de 2021, por 1,3 milhões de euros.

Acrescentou que provas em seu poder indicam que quatro das obras de arte vendidas são os originais de obras em que a PJ encontrou indícios de falsificação quando há umas semanas visitou a casa de Rendeiro e da mulher para avaliar se as obras de arte ali se encontravam.

O advogado disse ainda que um dos originais das obras falsificadas está atualmente exposto em Bruxelas, numa exposição aberta ao público.

Caso BPP

O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) João Rendeiro, condenado no final de setembro a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por burla qualificada, está em parte incerta após ter fugido à justiça.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.

O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, bem como processos relacionados com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancária.

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