A Polícia Judiciária já tem desenhado o plano para ir à África do Sul buscar João Rendeiro, só falta a decisão judicial, que ainda pode demorar semanas ou meses. O diretor da PJ garante que Rendeiro não tem dupla nacionalidade e que, para já, não vai enviar nenhum inspetor para Durban, onde está detido.
João Rendeiro era vigiado pela polícia sul-africana há semanas e nunca deu por isso. Os agentes de investigação criminal iam informando a Judiciária, que acompanhou tudo a partir de Lisboa.
O diretor da PJ diz que só envia inspetores para a África do Sul quando for para cumprir a ordem de extradição.
Em entrevista à SIC, Luís Neves disse que Rendeiro não tinha dupla nacionalidade.
Por agora, Rendeiro está detido provisoriamente e pode estar nesta condição até 40 dias, prazo que Portugal tem para formalizar o pedido de extradição.
O dossier, que contém toda a informação das condenações e dos mandados de captura, tem que ser traduzido para inglês. Depois, é enviado pela Procuradoria-Geral da República, por via diplomática, até ao Ministério da Justiça da África do Sul.
A decisão é dos tribunais mas tem sempre de ser autorizado, no final, pelo poder político, através do ministro da tutela.
A colaboração entre os dois países foi facilitada porque em 2003 a África do Sul assinou a convenção europeia de extradição, que facilita a transferência de detidos.
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