De acordo com o despacho de instrução, dos mais de 1 milhão e 700 mil euros que José Sócrates terá recebido de Carlos Santos Silva, quase 650 mil euros foram entregues em notas. Há ainda vários pagamentos de viagens de férias, obras de arte e livros.
As várias entregas de dinheiro, sempre com linguagem codificada, indiciam, segundo Ivo Rosa, "um conteúdo ilícito subjacente a essas entregas".
Em várias conversas telefónicas entre Sócrates e Santos Silva, a palavra dinheiro era substítuida por outras expressões como documentos, fotocópias e livros.
Ivo rosa disse que Sócrates "mercadejou" o cargo de primeiro-ministro e, em quase 7 mil páginas da decisão instrutória, usou essa palavra 55 vezes.
Segundo o despacho, entre 2008 e 2014 foram contabilizadas 13 viagens de férias sempre pagas por Santos Silva. Só em duas viagens das duas famílias a menorca foram gastos quase 100 mil euros.
Veja também:
- O cancro da Justiça nasce no Parlamento
- "As decisões da Justiça têm que ser entendidas pelo povo. Quando não são, é a Justiça a não funcionar"
- Operação Marquês. Quem vai a julgamento e por que crimes
- Operação Marquês. Juiz entendeu que crimes de corrupção prescreveram, mas há leituras diferentes
- Operação Marquês. "O regime está doente, a Justiça é o pior exemplo", afirma Rui Rio
- Os crimes, a influência e os milhões da Operação Marquês
- Sete anos de Operação Marquês
- 15 perguntas e respostas sobre a Operação Marquês
- Operação Marquês: a explicação interativa
- Os arrestos e os prejuízos da Operação Marquês. Ministério Público reclama 58 milhões de euros
- Como deitar abaixo a Operação Marquês?