O juiz Carlos Alexandre diz que ficou “exausto” com os 10 dias que decorreram entre as detenções e a aplicação das medidas de coação no caso Altice. Explicações dadas ao Supremo Tribunal de Justiça que avaliou um pedido de habeas corpus, por excesso de tempo de detenção de Armando Pereira.
Dez dias penosos do ponto de vista pessoal e profissional, esta é a justificação dada pelo juiz Carlos Alexandre. De acordo com o Jornal de Notícias, o juiz indicou ao Supremo Tribunal de Justiça, que decidiu não fazer interrogatórios durante dois dias por exaustão física e porque não é omnipresente - no mesmo período de tempo, teve de fazer 128 despachos.
O Supremo é quem decide os habeas corpus pedido devido à demora entre a detenção de Armando Pereira, Hernâni Antunes, a filha Jessica e o economista Gil Loureiro, e a decisão das medidas de coação: 10 dias de intervalo quando a regra são 48 horas.
Ao Supremo, Carlos Alexandre lembrou que o alargamento do prazo está previsto no Código de Processo Penal e na Constituição.
O juiz explicou ainda que deixou de fazer maratonas até às 04:00 ou 05:00, ao contrario do que fazia até 2022, e que em 39 anos de serviço ao Estado não teve nenhum dia de baixa médica.
Carlos Alexandre abandona em setembro o Tribunal Central de Instrução Criminal. Passa a trabalhar como juiz desembargador no Tribunal da Relação de Lisboa.
No caso Altice, o Supremo Tribunal de Justiça recusou a libertação dos arguidos. A Armando Pereira e ao sócio e amigo Hernâni Vaz Antunes foram aplicadas as medidas de coação de prisão domiciliária.