Aos oito anos já negociava câmbios de dólares por rúpias com mestria, mas garante que só mais tarde se decidiu pela Economia enquanto área de formação. Entrou inicialmente em Gestão e foi por amor, à atual esposa, que trocou de curso acabando por concluir Economia, na Católica. Doutorou-se em Finanças pela IESE e foi como professor em reputadas escolas de Gestão - como o IMD, na Suíça, ou a IESE Business School, em Espanha, onde ainda leciona - que consolidou grande parte do seu percurso profissional, apoiando a formação de inúmeros líderes e a profissionalização das lideranças de topo nas empresas.
O recém-nomeado presidente do Comité de Auditoria do Banco Europeu de Investimentos (BEI) é, desde 2023, o CEO da Odgers Berndston Board Solutions, a unidade da multinacional britânica de executive search dedicada ao desenvolvimento de soluções de avaliação de desempenho dos conselhos de administração e recrutamento de administradores. Cargo que acumula agora com a sua missão no BEI. Quem analisa o seu percurso - que o próprio diz ser repleto de acasos - está longe de imaginar que o primeiro trabalho de Nuno Fernandes, “para ganhar um dinheiro” foi a limpar carros para que os jornalistas os pudessem testar.
O agora gestor de topo sempre trabalhou enquanto estudava, fosse a dar explicações ou a dividir-se entre part-time. Foi com o dinheiro amealhado nestes empregos que conseguiu comprar o seu primeiro carro. Mas, mais do que isso, foi lá que conseguiu ‘amealhar’ um dos principais ensinamentos da sua carreira “a atenção ao detalhe”. Por outras palavras, tudo importa, mesmo o que não se vê. E isso é válido para as relações humanas e para o mundo dos negócios.
Ao longo da carreira, Nuno Fernandes foi presidente do Conselho de Auditoria do Banco de Portugal, dean da Universidade Católica e conselheiro de membros executivos e boards de administração na Ásia, Europa, América Latina e Médio Oriente, para temas estratégicos como a governança corporativa, estratégia financeira, fusões e aquisições e sustentabilidade. Reconhece que em Portugal “em termos médios, temos menor qualidade de gestão do que noutros países” e que há caminho a fazer para inverter este quadro.
O CEO é o limite é o podcast de liderança e carreira do Expresso. Todas as semanas a jornalista Cátia Mateus mostra-lhe quem são, como começaram e o que fizeram para chegar ao topo os gestores portugueses que marcaram o passado, os que dirigem a atualidade e os que prometem moldar o futuro. Histórias inspiradoras, contadas na primeira pessoa, por quem ousa fazer acontecer. Ouça outros episódios: