Eduardo Cabrita anunciou esta sexta-feira a demissão do cargo de ministro da Administração Interna. Paulo Duarte, vice-presidente do CDS considera que esta saída de Cabrita peca “por tardia e por incompleta”.
“Trata-se de alguém que, mesmo na sua saída, sai de forma infeliz. Causa ao CDS alguma impressão que a justificação para a saída seja não o assumir de responsabilidades que são óbvias e patentes, mas sim, uma necessidade de não causar embaraço. Se efetivamente o senhor ministro entende que causa embaraço ao PS, essas motivação são a meu ver ridículas”, disse em entrevista à Edição da Tarde da SIC Notícias.
O centrista lembra que neste processo existe a família da vítima mortal, “que está em sofrimento” e que deve ser “indemnizada quanto antes”, mesmo “sem estar à espera dos tempos normais dos tribunais”.
Sobre o percurso de Eduardo Cabrita à frente da tutela, Paulo Duarte considera que o ministro “entrou devido a um acidente, sai tragicamente devido a um acidente” e que o “percurso é todo ele também um acidente”.
Aponta ainda o dedo a António Costa, por, “de uma forma displicente”, se limitar a “aceitar a demissão, a ver como se fosse um espetador, numa situação trágica em que há a morte de um cidadão”.
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