Miguel Prado, jornalista do Expresso, diz que Manuel Pinho teve uma estratégia "cautelosa", na primeira entrevista depois de ter sido detido por suspeitas de corrupção. No entanto, o jornalista afirma que o antigo ministro deu um "passo em frente" ao assumir publicamente algumas críticas ao Ministério Público.
"Não revela detalhes daquilo que convém ainda perceber", afirma o jornalista do Expresso.
Sobre a caução milionária, Miguel Prado revela que Manuel Pinho abordou o tema na entrevista e disse o que o advogado, Ricardo Sá Fernandes, já tinha afirmado aos jornalistas: não tem seis milhões para pagar para a caução.
José Gomes Ferreira, da SIC, considera que Manuel Pinho está a tentar influenciar diretamente o juiz de instrução e o próprio Ministério Público através da influência da opinião pública.
"É legítimo para todos os visados", afirma, acrescentando que há um traço comum nos visados: dizerem "provem lá que eu fui corrupto ou recebi dinheiro indevido".
Manuel Pinho nega "ter recebido um euro que não fosse devido"
Na primeira entrevista de Manuel Pinho depois de ter sido detido por suspeitas de corrupção, no âmbito do caso EDP, o antigo ministro da Economia nega ter recebido dinheiro do Grupo Espírito Santo de forma indevida.
Em declarações exclusivas ao semanário Expresso, a partir da nova morada em Albufeira, onde se encontra em prisão domiciliária desde ontem, aponta falsidades e incorreções ao Ministério Público e garante que sempre foi independente dos interesses do GES durante o período em que esteve no Governo.
Nas primeiras declarações públicas após ter sido detido e colocado em vigilância eletrónica, Manuel Pinho, investigado há 10 anos por suspeitas de corrupção que envolvem a EDP e o Grupo Espírito Santo, critica o que chama de Justiça "totoloto", que diz existir em Portugal.
O antigo governante fala ainda da maior caução da história da Justiça portuguesa, da nova vida em Espanha, onde reside, e das angústias provocadas por este processo.
Manuel Pinho apenas não dá explicações para o dinheiro que recebeu do grupo de Ricardo Salgado enquanto era ministro.
Uma entrevista para ler na íntegra no semanário Expresso deste sábado.
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