O advogado Paulo Saragoça da Matta não entende a razão para Manuel Pinho ter dado a entrevista ao Expresso.
"Depende muito da estratégia de cada processo", diz, acrescentando que, pessoalmente, não daria a entrevista.
No entanto, o especialista considera que alguns órgãos judiciários são um "totoloto", como afirmou o antigo ministro.
"O Ministério Público vai-nos surpreendendo muitas vezes com decisões completamente incompreensíveis", afirma.
"Portugal na área da Justiça continua a ser uma absoluta tirania", diz também.
Já Pedro Sousa Carvalho, diretor executivo do Jornal Eco, refere a "grande arrogância" por parte de Manuel Pinho.
"Tem sido a atitude dele há vários anos", acrescenta.
MANUEL PINHO NEGA "TER RECEBIDO UM EURO QUE NÃO FOSSE DEVIDO"
Na primeira entrevista de Manuel Pinho depois de ter sido detido por suspeitas de corrupção, no âmbito do caso EDP, o antigo ministro da Economia nega ter recebido dinheiro do Grupo Espírito Santo de forma indevida.
Em declarações exclusivas ao semanário Expresso, a partir da nova morada em Albufeira, onde se encontra em prisão domiciliária desde ontem, aponta falsidades e incorreções ao Ministério Público e garante que sempre foi independente dos interesses do GES durante o período em que esteve no Governo.
Nas primeiras declarações públicas após ter sido detido e colocado em vigilância eletrónica, Manuel Pinho, investigado há 10 anos por suspeitas de corrupção que envolvem a EDP e o Grupo Espírito Santo, critica o que chama de Justiça "totoloto", que diz existir em Portugal.
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