O Sindicato dos Médicos da Zona Sul alertou hoje para a "rotura iminente" de alguns serviços de urgência na área metropolitana de Lisboa, dizendo que no Hospital de São José por vezes, há apenas um médico para dezenas de doentes.
"A escassez de recursos médicos, em alguns centros hospitalares da área de Lisboa e Vale do Tejo, é tão marcante que serviços de urgência da Grande Lisboa não conseguem garantir a presença de equipas com elementos em número e diferenciação adequadas", diz o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS), em comunicado.
Como exemplo desta degradação, o sindicato aponta o serviço de urgência de adultos no Hospital de São José, que "frequentemente conta com apenas dois a três médicos sem especialidade, contratados a recibos verdes, para prestar cuidados de saúde a doentes triados para observação pela especialidade de Medicina Interna".
Com o aumento da afluência dos doentes aos serviços de urgência, estes médicos são por vezes responsáveis pelo atendimento de cerca de 70 a 80 doentes, "com as consequências previsíveis", afirma.
O SMSZ diz que esta situação se agravou nos últimos tempos, "chegando a verificar-se agora períodos em que a urgência central de um dos maiores hospitais do país conta apenas com um médico, com vínculo precário, para observar o mesmo número de doentes".
"Não é aceitável que este Governo e Ministério da Saúde permitam esta situação, que põe em causa a saúde dos doentes e o desempenho profissional dos médicos", sublinha o sindicato.
A estrutura sindical diz que se tem mantido "a desestruturação de serviços, a saída de médicos do SNS [Serviço Nacional de Saúde] para o setor privado e o recurso recorrente ao trabalho médico com vínculo precário, frequentemente utilizado para preencher necessidades permanentes".
"Ao contrário do que tem sido anunciado, o número de médicos contratado durante a pandemia é irrisório e muitos já não se encontram em funções, uma vez que terminaram já os contratos de quatro meses", afirma o SMZS, recordando ainda que as contratações de recém-especialistas "não significam um verdadeiro reforço dos recursos humanos, uma vez que são médicos que já se encontravam a trabalhar no SNS".
"Os próximos meses serão determinantes para avaliar a capacidade do SNS em dar resposta ao Outono/Inverno", considera o sindicato, alertando que se verificam já "situações de extrema gravidade em serviços de urgência da capital e que exigem uma rápida intervenção por parte do Governo, de modo a garantir a continuidade do acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde".
Urgência de Ginecologia-Obstetrícia do Amadora-Sintra encerra à noite a partir de dia 21
Na quinta-feira, o Hospital Amadora-Sintra anunciou o encerramento do Serviço de Urgência de Ginecologia-Obstetrícia no período noturno, a partir de segunda-feira, por falta de recursos humanos para assegurar um atendimento eficaz às grávidas.
Durante o período noturno, as grávidas deverão recorrer aos serviços de urgência do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (Hospital de Santa Maria), do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (Maternidade Dr. Alfredo da Costa), do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (Hospital São Francisco Xavier) e do Hospital de Cascais.
A Ordem dos Médicos já veio considerar preocupante este encerramento noturno da urgência de Ginecologia-Obstetrícia do Hospital Amadora-Sintra, alertando que poderá sobrecarregar os serviços de outros hospitais.
Portugal com mais 10 mortes e 770 novos casos de Covid-19
A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou no boletim desta quinta-feira a existência de um total de 1.978 mortes e 66.396 casos de covid-19 em Portugal desde o início da pandemia.
O número de mortes subiu de 1.878 para 1.888 , mais 10 do que na quarta-feira: 5 na Região Norte, 2 no Centro, 2 na região de Lisboa e Vale do Tejo, 1 no Alentejo.
O número de infetados aumentou de 65.626 para 66.396, mais 770 casos nas últimas 24 horas..
Mais de 941 mil mortos e 29,9 milhões de infetados em todo mundo
A pandemia do novo coronavírus já causou a morte a mais de 941.473 pessoas e mais de 29.914.290 foram infetadas em 196 países e territórios desde o início da epidemia de covid-19, segundo um balanço da agência AFP às 11:00 TMG (12:00 em Lisboa),
Pelo menos 20.131.400 casos já foram considerados curados pelas autoridades de saúde.
Nas últimas 24 horas foram registadas 5.954 novas mortes e 282.592 novos casos em todo o mundo.
Os países que registaram o maior número de novas mortes são a Índia (1.132), Brasil (987) e os Estados Unidos (968).
Países mais afetados
- Estados Unidos são o país mais afetado em termos de mortes e casos, com 196.831 mortes e 6.631.561 casos
- Brasil com 134.106 mortes e 4.419.083 casos,
- Índia com 83.198 mortes (5.118.253 casos),
- México com 71.978 mortes (680.931 casos)
- Reino Unido com 41.684 mortes (378.219 casos).
- Peru é o que apresenta o maior número de mortes em relação à sua população, com 94 mortes por 100.000 habitantes,
- Bélgica (86),
- Espanha (65),
- Bolívia (64)
- Brasil (63).
- A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau) contabilizou oficialmente um total de 85.223 casos (nove novos entre quarta-feira e hoje), incluindo 4.634 mortes (nenhum novo) e 80.448 recuperações.
A América Latina e as Caraíbas totalizaram 316.572 mortes para 8.480.585 casos, a Europa 223.326 mortes (4.660.226 casos), Estados Unidos e Canadá 206.064 mortes (6.770.982 casos), Ásia 120.247 mortes (6.857.575 casos), Médio Oriente 41.115 mortes (1.738.023 casos), África 33.253 mortes (1.376.017 casos) e Oceânia 896 mortes (30.889 casos).
- Vários países europeus estão a repor restrições para conter a Covid-19
- OMS alerta para taxas de transmissão alarmantes na Europa
- Madrid volta a abrir hospital de campanha perante aumento de casos de Covid-19
- Alemanha volta a superar 2.000 casos em 24 horas
- Brasil regista um total de 134.106 mortes por covid-19
- Índia ultrapassa os cinco milhões de casos
As vacinas mais promissoras no combate à Covid-19
Laboratórios por todo o mundo estão numa corrida contra o tempo para desenvolver uma vacina contra o novo coronavírus. Há dezenas de equipas a testar várias candidatas a vacina, algumas estão mais avançadas e são promissoras, mas os cientistas avisam que nenhuma deverá estar pronta antes do fim deste ano ou mesmo no próximo ano.
Segundo o London School of Hygiene & Tropical Medicine, (que tem um gráfico que mostra o progresso das experiências) há 239 projetos e 8 estão na fase de ensaios clínicos - que consiste na inoculação da vacina em milhares de voluntários a fim de determinar se impede de facto a infeção.
Apesar do agora suspenso ensaio clínico, o projeto entre a Universidade de Oxford e a AstraZeneca é um dos mais promissores, a que se juntam os da Pfizer e da BioNTech, da Moderna e de vários projetos chineses, nomeadamente da CanSinoBIO que já obteve autorização para administrar a vacina em militares chineses.
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Links úteis
- Especial sobre o novo coronavírus / Covid-19
- Covid-19 DGS/Ministério da Saúde - mapa dos números
- Covid-19 DGS - relatórios de situação diários
- Linha SNS24
- Direção-Geral da Saúde (DGS)
- Organização Mundial da Saúde (OMS)
- ECDC - Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças
- London School of Hygiene & Tropical Medicine (gráfico que mostra o progresso dos projetos de vacina)